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24 de junho de 2007

Naquele teatro mágico...

... Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer as vezes que as vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
Tanto faz não satisfaz o que preciso
Além do mais quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou, voce pra mim mostrou
Que eu não sou sozinha nesse mundo.

Cuida de mim enquanto não esqueço de voce
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de voce
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo.

Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
Junto todas crio asas viro querubim
Sou da cor do tom, sabor e som que quiser ouvir
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir
Quero mais, quero a paz que me prometeu
Volto atras se voltar atras assim como eu.
Busquei quem sou
Voce pra mim mostrou
Que eu não estou sozinho nesse mundo.
Fernando Anitelli

Nostalgia.: do Gr. nostós, regresso + álgos, dor; s. f.; Melancolia, abatimento profundo de tristeza, causado pelas saudades do lar ou da pátria. (ou da vida de outrora, dos amigos, das idéias...)

Me assolam crises de nostalgia. E são elas tão presentes, e preciosas que... Suspiro.

15 de junho de 2007

Mundo da Lua...

Astronauta, tá sentindo falta da Terra?
Que falta que essa Terra te faz?
A gente aqui embaixo continua em guerra
Olhando aí pra lua implorando por paz
Então me diz: por que que você quer voltar?
Você não tá feliz onde você está?
Observando tudo a distância
Vendo como a Terra é pequenininha
Como é grande a nossa ignorância
E como a nossa vida é mesquinha
A gente aqui no bagaço, morrendo de cansaço
De tanto lutar por algum espaço
E você, com todo esse espaço na mão
Querendo voltar aqui pro chão?!
Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?



Eu vou pro mundo da lua

Que é feito um motel

Aonde os deuses e deusas

Se abraçam e beijam no céu



Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?
Fica por aí que é o melhor que cê faz
A vida por aqui tá difícil demais
Aqui no mundo, o negócio tá feio
Tá todo mundo feito cego em tiroteio
Olhando pro alto, procurando a salvação
Ou pelo menos uma orientação
Você já tá perto de Deus, astronauta
Então, me promete
Que pergunta pra ele as respostas
De todas as perguntas e me manda pela internet...


Tive vontade de ser mãe do João, hoje.
Vi uma menininha no ônibus conversando com o pai, e ele explicando, com a inocência de quem tenta ser criança, as coisas que elas ainda não sabem explicar do jeito delas. Já me imaginei andando de mãos dadas com o João, pelo Metrô.
Aliás, eu adoro o Metrô. Os barulhos, os túneis, entender como pode estar num polo e em minutos noutro, sempre me encantou. Espero que encante o João, também, pelo menos até os 4 ou 5 anos. A boa e velha fase do “Por quê, mãe?!

Percebi que a vibe das pessoas da faculdade é outra totalmente diferente da minha.
Mas, eu até quis ir pro bar, só por admirar e gostar, querer rir sem compromisso.
Mas de que mundo eu vim? Que notícias tenho eu à dar?
Será???

Queria conversar, mas ele tinha tempo. É a programação, né?
Os outros, eram muito superficiais.

Eu preciso de uma agenda, de terapia, de risos e chamegos.
A prova. Meu passaporte para meu Mundo da Lua particular.

Férias, sejam muito bem vindas.

13 de junho de 2007

Feliz Dia dos Namorados...

... pra quem tem namorado, claro.

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar. Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário. Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro. Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais. Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo. Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio. Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

Não conheço o autor. Se voc~e sabe quem é, diga-me por favor, para que eu possa dar os devidos créditos, que aliás, são sem nenhuma adaptação, eu juro...

Às vezes, demoro acreditar que essa visão de namorado possa mesmo existir.
Pior é olhar, e mesmo sem querer enxergar... e então saber que ele existe.
Ah, se os caminhos retrocedessem...

9 de junho de 2007

Amigo

Eu sempre morro de saudade deles, mas quando se pára pra pensar um por um, e presta-se atenção nas especialidades que eles possuem...

Eu me transporto pra dimensões absurdas pra que não sabe o que é amor de amigo.

Programinha de namorado ir ao cinema em plena sexta-feira de feriado prolongado? Claro que não! Programa de amigos que há muito não se curtiam tanto. Tudo bem que ele sempre me conhece melhor, sempre me engana melhor, sempre sabe mais... e depois nem pensa em reclamar que me acostumou mal: eu adoro!

Comemos, rimos, falamos das pessoas cabeçudas que deviam ser proibidas de frequentarem esses lugares, sobre as possíveis trilhas sonoras do filme, falamos de namorados e namoradas...

Sabe passar a tardezinha com alguém especial? Quem não gosta?

É bem improvavel que logo eu seja diferente, oras...

Filme bom - Mesmo que mamão com açúcar, com finaizinhos felizes e sem bônus depois dos créditos... Mas bem longe de estar ao pés da companhia!

Obrigada Deus, pelo Dan...
Porque é meu amigo!

5 de junho de 2007

Falta tempo...

Falta tempo de ser eu, pra mim mesma.
Falta tempo de querer, fazer, expor...
Me falta tempo de cativar e ser cativada.
Tudo anda parecendo um furacão de sentidos e responsabilidades.
- Seja por parte das provas finais, na faculdade, ou pelos deveres que fazem parte do trabalho.

Estou cansada.
Hoje sentei e chorei, querendo um escritório jurídico na área de defesa ambiental. Depois, olhei tentando não me desesperar e lembrei que eu estou em fase de transição, ainda... Mesmo já cheia dessas responsabilidades que citei, e não me abstendo delas em hipótese alguma...
Mas que estou cansada, estou.

Sorte que as provas acabam dia 15 desse mês, e terei tempo livre pra colocar o trabalho em dia. De dentro pra fora, inclusive.
Quero ler alguns livros também, quero espairecer.

Quero, principalmente, meus amigos, pra poder me apoiar e me ajudar a crescer.

Já dizia Capitão Gancho, que crescer é um empreendimento bárbaro: cheio de inconveniências e espinhas...

- Estou cheia delas...¬¬'

3 de junho de 2007

Resposta a mais um lamento...

Não na íntegra, porque não me caberia dizer-te... Por isso as adaptações do contexto exagerado, - e que talvez seja exatamente como sinto. Mas leia com cautela, é só pra você...
É melhor usar de outro, pra dizer de mim, meu bem... perdoa.

Ainda Uma Vez Adeus
Enfim te vejo! - enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado
A não lembrar-me de ti!
Louco, aflito, a saciar-me
D'agravar minha ferida,
Tomou-me tédio da vida,
Passos da morte senti;
Mas quase no passo extremo,
No último arcar da esperança,
Tu me vieste à lembrança:
Quis viver mais e vivi!
Vivi; pois Deus me guardava
Para este lugar e hora!
Depois de tanto, senhora,
Ver-te e falar-te outra vez;
Rever-me em teu rosto amigo,
Pensar em quanto hei perdido,
E este pranto dolorido
Deixar correr a teus pés.
Mas que tens?
Não me conheces?
De mim afastas teu rosto?
Pois tanto pôde o desgosto
Transformar o rosto meu?
Sei a aflição quanto pode,
Sei quanto ela desfigura,
E eu não vivi na ventura...
Olha-me bem, que sou eu!
Nenhuma voz me diriges!...
Julgas-te acaso ofendido?
Deste-me amor, e a vida
Que me darias - bem sei;
Mas lembrem-te aqueles feros
Corações, que se meteram
Entre nós; e se venceram,
Mal sabes quanto lutei!
Oh! se lutei!... mas devera
Expor-te em pública praça,
Como um alvo à populaça,
Um alvo aos dictérios seus!
Devera, podia acaso
Tal sacrifício aceitar-te
Para no cabo pagar-te,
Meus dias unindo aos teus?
Devera, sim; mas pensava,
Que de mim t'esquecerias,
Que, sem mim, alegres dias
T'esperavam; e em favor
De minhas preces, contava
Que o bom Deus me aceitaria
O meu quinhão de alegria
Pelo teu, quinhão de dor!
Que me enganei, ora o vejo;
Nadam-me os olhos em pranto,
Arfa-me o peito, e no entanto
Nem me podes encarar;
Erro foi, mas não foi crime,
Não te esqueci, eu te juro:
Sacrifiquei meu futuro,
Vida e glória por te amar!
Tudo, tudo; e na miséria D
um martírio prolongado,
Lento, cruel, disfarçado,
Que eu nem a ti confiei;
"Ele é feliz (me dizia)
"Seu descanso é obra minha."
Negou-me a sorte mesquinha...
Perdoa, que me enganei!
Tantos encantos me tinham,
Tanta ilusão me afagava
De noite, quando acordava,
De dia em sonhos talvez!
Tudo isso agora onde pára?
Onde a ilusão dos meus sonhos?
Tantos projetos risonhos,
Tudo esse engano desfez!
Enganei-me!... - Horrendo caos
Nessas palavras se encerra,
Quando do engano, quem erra.
Não pode voltar atrás!
Amarga irrisão! reflete:
Quando eu gozar-te pudera,
Mártir quis ser, cuidei qu'era...
E um louco fui, nada mais!
Louco, julguei adornar-me
Com palmas d'alta virtude!
Que tinha eu bronco e rude
C'o que se chama ideal?
O meu eras tu, não outro;
Stava em deixar minha vida
Correr por ti conduzida,
Pura, na ausência do mal.
Pensar eu que o teu destino
Ligado ao meu, outro fora,
Pensar que te vejo agora...
Pensar que a tua ventura
Deus ab eterno a fizera,
No meu caminho a pusera...
E eu! eu fui que a não quis!
És doutro agora, e pr'a sempre!
Eu a mísero desterro
Volto, chorando o meu erro,
Quase descrendo dos céus!
Dói-te de mim, pois me encontras
Em tanta miséria posto,
Que a expressão deste desgosto
Será um crime ante Deus!
Dói-te de mim, que t'imploro
Perdão, a teus pés curvado;
Perdão!... de não ter ousado
Viver contente e feliz!
Perdão da minha miséria,
Da dor que me rala o peito,
E se do mal que te hei feito,
Também do mal que me fiz!
Adeus qu'eu parto, senhora;
Negou-me o fado inimigo
Passar a vida contigo,
Ter sepultura entre os meus;
Negou-me nesta hora extrema,
Por extrema despedida,
Ouvir-te a voz comovida
Soluçar um breve Adeus!
Lerás porém algum dia
Meus versos d'alma arrancados,
D'amargo pranto banhados,
Com sangue escritos; - e então
Confio que te comovas,
Que a minha dor te apiade
Que chores, não de saudade,
Nem de amor, - de compaixão.
*Insipiração do dia: Eduardo Calbucci declamando "Se se morre de amor", que eu deixo pra uma próxima vez, por ser um dos meus poemas preferidos do Romantismo brasileiro, e o poema citado, além de ter contando deliciosamente a história do consagrado poeta Gonçalves Dias, e sua amada Ana Amélia Ferreira Vale, num desencontro amoroso.
Só faltou ouvir Chico, João e Maria.
Lágrimas.