Pesquisar este blog

26 de agosto de 2007

Patofonias

É inexplicável o que sinto ouvido aquelas canções.

O coração bate rápido e devagar ao mesmo tempo; choro de soluçar enquanto sorrio prazerosamente.
Cada uma das letras me remete à tempo e espaço próprios, com direito a lembranças, personagens, diálogos nunca proferidos, só imaginados; objetos inexistentes, sonhos ainda inalcançados.

Eles têm o segredo do meu teletransporte: Eu ligo a TV, boto o rádio pra tocar, fecho os olhos e uso o acento da poltrona pra flutuar.
Funciona muito bem naqueles dias em que tô me sentindo meio arroz com feijão, sabe?
Quando sinto o peso das coisas, e o ar dentro de mim, e mais ainda, quando só o que eu preciso é tomar banho cantarolando no chuveiro aquele Uh Uh Uh, La La La, Ié Ié! que todo mundo já cantou um dia.

Decifro meus próprios códigos pelas palavras daquela melodia.
Isso de contar sua história, já que a memória pode um dia se apagar.

Minhas infantilidades de ruído rosa, as dores do meu mundo de isopor, minhas vontades mais agridoces, minhas conclusões precipitadas transbordantes de amores imperfeitos, aqueles vôos diários a 30.000 pés, as hipocrisias carismáticas daqueles tribunais de causas realmente pequenas... As gulas dessa minha vida diet, aquele prato do dia que nunca enjoa, o aconchego pra cada vez que me sinto perdendo dentes. E aquilo, de querer sempre alguém com eu, e confessar coisas minhas de maneira anormal, metafórica, direta.
Tolices, talvez, mas eles fazem parte de cada pedacinho disso, e eu sempre quero ter por perto.


Pato fu é aquilo que eu cresci ouvindo, ouvi crescendo, e vou ouvir Daqui pro Futuro.

15 de agosto de 2007

Trote

Eu estava cá, pensando com meus botões, uma maneira inteligente de amar alguém de forma madura e sem dramas desnecessários. E como já era de se esperar, não cheguei a lugar algum.
Acredito que deva ser pela santa ignorância que em assola, pela total inexperiência. Carência, medo do desconhecido... Teorias é o que não faltam.

Só constatei o óbvio:
- Só se pode estar longe de alguém, com a intenção de provocar saudades saudáveis, por tempo suficiente pra que se dêem os fatos, mas não mais que isso, porque as pessoas têm o péssimo hábito de se acomodarem com tal ausência.
- Nem sempre adianta escolher quem é a bola da vez. Quanto mais se quer, menos se tem, e isso não implica em erro, quando se está disposto a enfrentar impulsividades.
- Pensar e pensar e pensar sobre tudo e todos, de forma conjunta, em 5 minutos, provoca black-out no cérebro.
- Querer o impossível é assinar o atestado de fracasso, sem culpas ou custas de cartório.
- Prestar-se a filosofias de banheiro de colégio, como estou fazendo agora, é ridículo, mas ajuda um bocado.

Nunca pensei que o Trote da Faculdade pudesse ser tão esclarecedor para uma semi-veterana, dar-se como funciona a tradição: exploram-se os calouros, embebedam os mais saidinhos, passam então para a fase da pegação geral com a meninada atiradinha, e no outro dia, no campus, utiliza-se a política ”ninguém sabe, ninguém viu”.

Entrei na brincadeira de perturbar os meninos, acabei sendo perturbada pelos meus devaneios habituais.



Sorte de hoje do Orkut:
Palavras categóricas e ásperas são sinal de uma causa infundada.
Ou não. (grifo nosso.)

Teorema

L + X > L + n contudo,
L + X = LX² - T logo, LX = L + X + n, muito provavelmente.
A menos que L + X = LX + Δt + Δn = LX² .
Porém, L + Mq = π e L + Mn = Ø, por questões éticas e morais.
Supõem-se então que, uma provavel formula perfeita seria:
LX² = x’ 4; x’’9.
Mas eu disse, supõem-se, já que
X > L e L = Δy.


[Pitágora explicava tudo através da prática da matemática, inclusive disciplinas humanas e biológicas. No caso do Direito, diz que existem números justos, sendo-os 4 e 9, por serem os primeiros quadrados perfeitos, talvez.] - Por que não tentar também?

.*.*.*.*.

Caso você desista, há o lado Humano:

Não vá embora
Fique um pouco mais
Ninguém sabe fazer
O que você me faz
É exagero
E pode até não ser
O que você consegue
Ninguém sabe fazer.
Parece energia mas é só distorção
E não sabemos se isso é problema
Ou se é a solução
Não tenha medo
Não preste atenção
Não dê conselhos
Não peça permissão
É só você quem deve decidir o que fazer
Pra tentar ser feliz
Parece um teorema sem ter demonstração
E parece que sempre termina
Mas não tem fim.

8 de agosto de 2007

Sophia.

A semana de aulas na faculdade começou.
Aquela euforia de calouros pelos corredores ficou guardada para semana que vem.
Essa, até agora, tem sido apenas para que possamos rever os colegas e adaptarmos-nos aos trejeitos dos professores, as novas e velhas regras, e para que as devidas apresentações formais sejam feitas.
Estou encantada com os professores de Filosofia e Sociologia, e isso indica que muito provavelmente minha Iniciação Científica parta desta vertente, com aplicação ao Direito. Resguardo o título de encantamento maior para a Professora de Método de... (pausa pensativa)
Enfim, a matéria que ensina a pesquisar de maneira acertada, melhor planejada. Só sei que começa com Método e termina com Jurídico, o nome da disciplina, podendo ser "Método do Trabalho Científico Jurídico", muito provavelmente.
-Além dela se parecer muitíssimo com a Rita Lee, tem uma doçura cativante, e é muito segura e atual. Exemplar, se preferir.

Bem, claro que estamos começando o semestre, de apenas quatro meses letivos, de fato, e daqui tem que sair a base para minha Iniciação. Adoraria escrever sobre o lado positivo da positivação do Direito na sociedade atual, que embora possa sugestionar um pleonásmo, é uma questão seríssima, devida toda lentidão do legislativo/judiciário, a burocracia e os afins. Mas ainda não me sinto Kelsen ou Kant, para formular soluções, críticas ou apontamentos diferenciados deste tema tão amplamente discutido, e tão raramente concensual; Também, não tenho pretenção de ser tão brilhante.

Queria começar agora.
Mas não tenho bagagem, não tenho espaço, não tenho tempo, ânimo, e também não tenho neurônios disponíveis: todos estão ocupados com o cotidiano fútil que persegue meus pensamentos dramáticos e romancistas, e tanto os ocupam, que não resta mais o que eu possa fazer.
Estou cheia daquelas idéias mirabolantes, planos infalíveis, ações fatais, que não são nada do proposto, nem levam a lugar algum.
Resta-me então, talvez, "pindurar" muito mais que uma refeição, no próximo dia 11 deste mês, devido a comemoração da introdução da disciplina de Direito em graduação, mas também esses maus vícios que eu tenho, de atropelar o curso das águas, ou pura e simplesmente contar com a inércia dos fatos.
Posso pendurar e esquecer que o fiz.
E então, nem terei dívidas a saldar.
Seja comigo mesma, seja cá com meus botões, seja com um aqui e outro lá.




Momento Post It interno para lembrar daqui anos futuros: O título do post não é em vão. Se o pai da menina não quiser Maria Fernanda ou Maria Clara, ou outra Maria que possa surgir, sua única opção será Sophia, dados motivos óbvios, suponho. Meu menino continua sendo o João Pedro. E isso ele vai ter que aceitar.

6 de agosto de 2007

Efemeridade Indevida.

Dá medo só porque não é usual se espiar quando aprontamos nossas travessuras aqui dentro.
Mas aí é o ponto. Talvez não seja erro. Aliás, muito embora, não seja erro.
Seja inexperiência, seja ilusão, seja ignorância, seja TPM.

Porque desejos e vontades vêm e vão. E a gente não acha quem goste dos nossos defeitos todos os dias, não é mesmo?
Por que não ser simples e amar sofisticadamente?
O interessante é o paradoxo proposto pela vida: A menina que sempre assustava impondo-se indevida, ou abruptamente, acaba agora tomando do próprio veneno, e cheia de receios, se mostra para aquelas surpresas inadiáveis.

Talvez seja nítido não só pra mim, o quanto masculina eu possa ser.
Altos níveis de testosterona, armaduras diversas, futebol, cerveja, mulher.
Constatei: até dançando rockabilly, por sinal demasiado prazeroso; conduzindo eu sou melhor que sendo conduzida.
– O problema é que não estou acostumada a estar feminina, meu bem. O feminismo me basta, Ou pelo menos, bastava.

Não deve ser difícil. Aquele amigo das antigas me deu algumas dicas.
Disse que eu tenho que tirar fotografias dos sentidos, quando eles parecerem nítidos, e não me importar com as pequenas imperfeições, afinal elas são mais efêmeras que as demais efemeridades. E aí então, depois de revelada a imagem, só o que eu devo fazer é fixar-me aos detalhes que só ela pode proporcionar.
E claro, não são poucos.
Nem poderiam: ele não deixaria nunca. E é isso que encanta.


Momento Post-it: Essa minha mania de escrever só pra mim cessará um dia? Porque se está difícil entender, imagine, explicar.