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23 de junho de 2014

Vamos Classificar.

Eu tenho necessidade de explicar. Necessidade de justificar meus atos, ainda que seja vã a tentativa de fazer o outro se colocar no meu lugar. Esteja certa ou errada, procuro fazer minha vida seguir em um ritmo coerente, plausível, justificável - mesmo sendo impulsiva, certas horas.
No caso de eu estar errada, a justificativa não é para que meu erro seja diminuído, mas para dosar intensidades. Não vivo, definitivamente, em um mundo binário. Não espero que seja sempre "sim" ou "não", porque na minha vida existe espaço para o "talvez", o "...e se?", o "mais ou menos"... As variantes de intensidade me norteiam, e meu julgamento é sempre com base numa análise mais detalhada dos fatos. Por isso, talvez, eu tenha tanta necessidade de justificar-me perante os demais - para que eles tenham a opção de fazer o mesmo (muito embora, não raras as vezes, isso os irrite ainda mais! - Vai entender...).
Me vejo perdida sempre que não consigo explicar o que sinto, o que desejo, onde quero chegar.
O que não é palpável me assusta. O que não é passível de ser facilmente decifrável me excita e me dá calafrios.
Isso, porque sempre que eu não consigo classificar o que sinto, me vejo indecisa, confusa, fora do controle habitual do meu eu... Meu pensamento vaga, eu fico imaginando hipóteses, somo e subtraio, e não chego à resultado algum que seja condizente com o que sinto... Me perco se não há classificação.
E aí, me pergunto: é demais pedir para que os outros saibam classificar o que sentem? Justificar o que fazem? Explicar o motivo de terem tomado suas decisões?
Egoísmo ou não, me ajudaria bastante, sabe?



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