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27 de março de 2014

Momento Colin Singleton

"Ele sabia que não conseguia contar histórias, que sempre incluía detalhes extrínsecos e tangentes que só eram interessantes para ele.
(...)
Os escritores nunca contavam a história toda; simplesmente iam direto ao ponto. Para Colin, a verdade deveria importar tanto quanto o ponto, e ele imaginou que devia ser por isso que não conseguia contar histórias direito."

Lívia, eis sua definição: você é como Colin; só que menos prodigiosa, e com mais uso de palavras rebuscadas no dia-a-dia.

*O Teorema Katherine, de John Green. 

12 de março de 2014

Verdades

"Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado . Cada um me contou a narrativa de por que se haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a razão. Não era que um via uma coisa e outro outra, ou um via um lado das coisas e outro um lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao do outro. Mas cada um via uma coisa diferente, e cada um portanto, tinha razão. 
Fiquei confuso desta dupla existência da verdade."
Fernando Pessoa

Sempre achei o Pessoa um cara de visão, muito sábio. É aquela velha história, conhecida nos tempos de faculdade, quando muito rapidamente eu cogitei a magistratura: existem três verdades - a sua, a minha, e o que de fato aconteceu..
Nesse mundo supostamente binário, nada é exato.

1 de março de 2014

Tolerância

Eu sou impulsiva. Não tenho medo de desafios. Não raras vezes ouvi que sou dura na queda, que não desisto fácil, mas que demoro muito pra abandonar o barco e tento tapar seus furos até não poder mais. Também não raras vezes, a teimosia me faz pagar seu alto preço... e lá vou eu ficando com a conta no vermelho, mais uma vez, porque não parei pra pensar melhor, porque na empolgação do momento, eu me deixei levar e não aproveitei como deveria.

Eu não sou tolerante. A impulsividade me faz acreditar que o primeiro pensamento é o que vale, que a primeira impressão é a melhor opção, e não testo as alternativas seguintes, simplesmente porque  ignoro que elas existam. Quero que os demais tolerem meu modo de ser, mas sem ter que tolerar as falhas alheias.

É egoísta e prejudicial. Não é algo de que eu me orgulhe assumir. Acredito que seja um traço de personalidade que realmente merece ser tratado e melhorado, mas que requer atenção, e este também não é um ponto forte pra mim.

Eu odeio o caso pensado mal intencionado, a armadilha, o teste... porque não acho justo ficar sendo posta a prova o tempo todo. Não acho coerente se desejar um vida leve e honesta consigo, se tiver que viver pisando em ovos. E, em contra partida, entendo que pra viver en sociedade, ou deve-se pisar em ovos e engolir alguns sapos, ou não se vive. Tem a opção de viver só, e isso pra mim, é como se a opção não existisse.