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27 de abril de 2023

Passos

Já tentei fugir da escrita diversas, incontáveis vezes. Mas é só aqui que me encontro, que recomeço, que ouço as partes de mim que ainda não tiveram a palavra. 
Durante anos, na ânsia de aprender o código dos sentimentos, das sensações, nas tentativas insistentes de traduzir em palavras o que eu sentia... Fracassei enormemente. O lado bom é que, foi à base de terapia, tentativa e erro, vendo sentido nos muitos acasos por aí, que consegui encarar de frente a minha questão pessoal com a rejeição, minha briga eterna com a minha autoestima. 
Sim, autoestima que nunca teve só a ver com aparência, e que à cada dia se distancia mais disso. Autoestima que não está somente ligada ao medo da entrega, da rejeição, da insegurança nas relações. 
Do que eu sempre tive medo, era de ser dispensável e insuficiente. Minha briga sempre foi para que a minha autoconsciência trocasse o "in" de lugar. E que não fosse pega de calças curtas, caso não desse conta de trabalhar o medo que há em mim. 

Em tudo: na carreira, na família, na escola, nas relações amorosas - e obviamente, essa última parte dá um trabalho que sacrifica noites e mais noites de insônia e travesseiro molhado... 
A jornada em passos curtos me faz ver detalhes no caminho, que eu não tinha condições de enxergar antes, querendo que a vida passasse na velocidade da luz, dentro do meu cronograma, dos meus planos, das minhas expectativas. Nada é perfeito. 

(originalmente escrito em maio de 2019)