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26 de fevereiro de 2008

Grão

Coloquei aquele vestido de festa que é meu predileto, de cores marcantes, detalhes sedutores.
Os sapatos eram novos, com um brilho promissor.
A maquiagem deu trabalho, porque menina não é dada a fantasias reais de ser mulher, mas ficou boa.
O cabelo nunca é aquilo que se espera, mas desta vez, pelo menos, não decepcionou.

Entrei no palco de carpete, pedi alguma informação sobre pessoas ilustres e desfilei serenamente em direção ao meu destino promissor:
- Brindar o sucesso de quem a gente ama.

Vi aqueles olhinhos verdes radiantes! Brilhando de tanto orgulho, contrastando com o dourado do corpete e combinando com a saia que delineava sua beleza, a almejar pela noite glamurosa que a aguardava. Logo em seguida, uma sereia azul invade a festa e paralisa os olhares dos mais chegados com um brilho alucinante!
Eram, sem dúvida, o par mais parecido e mais diferente dentre todos aqueles formados.

Eu diria que, embora interdependentes, absolutamente complementares.
E em todos os sentidos: nos sorrisos, nos estudos, nas questões da última prova.

Uma era o forte da outra, a outra era o coração externo da uma.
O grão que germinou em duas metades distintas e inseparáveis.

E não estou no ponto de escrever sobre o sinto por vocês.
Simplesmente por não achar palavras que expressem ou que valorem devidamente a minha admiração incondicional, ou o meu amor fraterno, ou a saudade que tenho de quando éramos 12 anos mais novas, e ainda brincávamos juntas: meu sonho era ser a boneca da Renata, ou a rabiola do pipa da Fernanda.

Seu sucesso é a minha motivação diária para não desistir.
Sua fibra é o meu exemplo de como se deve agir, chorar ou sorrir.
Sua inteligência é fascinante!
Seu potencial só me faz lembrar como é bom fazer parte do que somos...

Todos os pulos que dei, todas as músicas que dancei, todos os ritmos que cantei...
Serão lembrados pelos próximos 4 anos, sem a menor dúvida do quão especial uma noite pode ser, quando há tanto o que comemorar...
Espero vocês lá, quando a minha hora de festejar também chegar, pra fazer tão bonito quanto, porque melhor... ah, que me desculpem os colegas, mas é muito improvável!

Com amor,


[*A Mackenzista que poderá ser jubilada por ter verdadeira devoção às Pucanas. =} ]

19 de fevereiro de 2008

Nome

Não é preciso denominar os capítulos da vida que materialisamos diariamente, é?

Se hoje foi o dia de “sentir um amigo próximo”, ou momento de “ser idiota e perder sua câmera digital recém comprada”, nada realmente mudaria se faltassem as nomenclaturas.
E, ao contrário disso, existem certos momentos que precisam de como serem chamados.
Seu aniversário seria mais um dia comum, caso não fosse apontamento assim. E o Natal, o Carnaval, o Dia dos Namorados, não fariam sentido de terem comemoração se não fossem devidamente nomeados, mesmo que para muitos, nem assim isso faça algum sentido.

Estou sem saber nomear as coisas, os momentos, o que sinto.
E não só acho absurdo, porque estou convencida de que não é mais necessário – se é que um dia foi, que se tenha opinião formada sobre tudo. Ninguém precisa saber especificamente o que pensar sobre o mais novo conceito científico ou qual a real razão para a última morte anunciada.
A maldição tem sido saber. Não se pode saber demais, isso incomoda as pessoas.
E pior, saber que se sabe pouco, sem ser permitido aprender, pensar, seguir raciocínios lógicos ou não, sem passar pelo crivo deles todos...

Que as necessidades cessem, e as surpresas comecem; com ou sem nome específico.
Eu não faço questão de ter como chamar...