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30 de julho de 2007

A nota só.


Seus olhos e seus olhares
Milhares de tentações...
Seus dentes e seus sorrisos
Mastigam meu corpo e juízo
Devoram os meus sentidos
Eu já não me importo comigo
Então são mãos e braços
Beijos, risos e abraços
Pele, barriga e seus laços
São armadilhas e eu não sei o que faço
Já que pelas minhas trilhas tudo perde a direção
Não há placa nem pessoas informando aonde vão...

Na verdade continuo sob a mesma condição
distraindo a verdade (?!), enganando o coração,
Nessa de rejeitada, caçando paixão,
e com aquela cara lavada perguntando por quê não?
Ahhh..
Penso outra vez estou sem meus amigos,
e retomo a porta aberta dos perigos!
São armadilhas e eunão sei o que faço
Seguindo apenas passos
Da menina que talvez seja tão mulher
Cheia de seus truques e confusões
Se espalham pelos dedos,
Boca e cabelo
Peitos e poses e apelos..
Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei que hora dizer
Me dá um medo!
Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira.








[Separe duas estrofes de Preciso Dizer Que Te Amo, misture com frases soltas de Garotos e uma coisa ou outra adaptada de Por que não eu?. Esfarele gotinhas nas entrelinhas de Antes Que Seja Tarde. ]

Se só a receita não for o suficiente, tente então, entender o que eu digo.
*Isso, se eu não me esconder dois ou três minutos depois.

26 de julho de 2007

Casúlos


E aí a gente senta, e recomeça outra vez.
Só pelo simples fato de tudo estar mudando a toda hora.
De nada parecer fazer sentido, quando já o faz.

A terapia? Fiz uma sessão. Minha visão sobre a necessidade das pessoas fazerem, não mudou.
Mas preciso dizer que nada foi impactante como eu esperava que fosse, e até já penso em não continuar. Escrever minhas longas cartas, já me fazem bem.

É complicado quando em apenas algumas horas, um especialista no assunto diz que o problema não está em você, que as visões é que acabaram deturpando-se com o passar do tempo, e parecem estar do avesso, fora do lugar.
E o que se pode fazer é mudar o mundo, mas à partir de você.
Pra isso, dedicação, inteligência, astúcia, tolerância, paciência... é fundamental.
E eu aqui. Só querendo aquela vida simples que planejei até então.
Nada parece sair como eu planejei, o tempo vai passando, eu vou me decepcionando, devagar quase parando... nesse ...‘ando ...’endo ...’indo infinito; esperando.

Vai melhorar. E desta vez, pretendo permitir que seja.
Talvez na inércia, talvez por osmose.

Não importa muito, eu acho.
Mais cedo ou mais tarde, acaba acontecendo a conseqüência do que se fez ontem, e se nada for feito...







(Pausa pensativa)

Bom, pra isso dizem que milagres acontecem.

13 de julho de 2007

Dadivosa

Momentaneamente sozinha em casa.
Em paz, ouço um cd que eu mesma gravei, com músicas diversas da Ana Carolina.
Aquele vozeirão que me encanta. Fortaleza que fala de feminilidades.
E eu estou numa paz que há muito não via, ou vivia.
Com nêuras (sempre!), mas com calma (quase nunca!) pra me desdobrar, me debulhar pra mim mesma.

Fato que eu estou buscando de todas as maneiras injeções no ego. E não tenho mais medo de revelar isso pra mim. Mesmo porquê, se eu já sei... não é mesmo?
Falta agora, aquela coragem súbita pra enfrentar quem quer que seja, pra me defender de mim. Sim, porque é difícil, quase uma prova, entender-se, suportar-se, converter-se.
E eu que pensei que eu sabia tudo... Mas não sei nada. Nem de mim, nem de você, nem dele, acredita? Tirar o gesso não é fácil como previa aquele médico.

Terapia.
Depois de anos, eu vi que preciso voltar a fazer. Aliás, todo mundo precisa!
-São aquelas horas que dizem ser a loucura necessária. Deliciosa loucura poder entender a si próprio sem maiores desastres por desequilíbrio.
Quebrar meus muros, pintar paredes, limpar os vidros, abrir passagem e usar o andador. Pra depois não ter que usar mais. Evolução é a palavra, agora.
Vícios mentais, lesões por freqüente repetição de erro. Quero limpar e jogar fora.
Poderia até colocar na estante, fazer um charme, usar de troféu, mas não. Basta-me que eu saiba que posso superá-los. E não por simplesmente não querer perder. Perder faz parte, não é? Que graça tem ganhar sempre? Eu não seria tão rígida...

Tive uma experiência desastrosa esta semana. Aliás, produtiva a semana!
É complicado lidar com o desconhecido, sem informação, com desequilíbrio.
Melhor é poder confiar confortavelmente naqueles amigos mais velhos, de mais tempo... de muito tempo, assim, tempo incalculável.




Que bom se eu fosse uma diva,
Daquelas bem dadivosas,
Que sai vida, entra vida...
Ficasse ali, verso e prosa.

Meu olhar beirando estrelas,
A provocar sinfonias...
Por todas as galerias,
Imagens da minha história...

E no instante preciso

Entre o mito e o míssil
Um rito um início
De passagem pro infinito




"Aquela gente encantada que chegava e seguia. Era disso que eu tinha medo.



Do que não ficava pra sempre."

8 de julho de 2007

Sunburn



The sky was dark this morning, not a bird in the trees...
And silence hung suspicious and anxious, like a blanket covered scream…



Fim de semana prolongado, cuidados a serem tomados.
Cuidado pra não entender errado, pra não ser errada, pra não querer errado.
Cuidado pra não me sentir sozinha demais, pra não chorar demais, pra não lembrar...

Lembrar do quê, mesmo?

Ah... e que importa? A quem importa? Nem a mim mesma tem interessado...
Quero fazer as pazes comigo mesma, mas parece que não acordei em mim, hoje; não estou disposta nem disponível para acertos.

... And you were gone, you were not there for me,
And I cursed the sky and begged the sun to
Fall all over me... This life's not living, baby,
Living ain't free!
If I can't find my way back to me, let the sun fall down over me
Let the sun fall down...
All my friends are searching
Quiet, desperately...
Look into their eyes you'll see the faithless crying
Save me, save me, save me
And what are they to feel
And who are they to be?
And what am I to do with, do with me, but let the sun fall all over me...
This life's not living, baby,
Living ain't free!
If I can't find my way back to me, let the sun fall down over me
Let the sun fall down...
Until my eyes cry out
'Til my head is free from doubt
'Til my lungs sigh right out
'Til I'm wiser
Let the sun fall down over me...


Obrigada pela atenção dispensada, pelo carinho, pelas dicas e preocupações.
Sei que tem se esforçado pra me ver melhor, mas não ache que estou sendo rude, infantil, ignorante. Suspeito que só eu possa fazer algo.

O problema... É não saber o que fazer.
’Cê me entende?

Post it: Maghi! Kabalas mais freqüentes virão. Obrigada.

3 de julho de 2007

E você? Já sabe o que vai ser quando crescer?



Um amigo me perguntou isso, essa semana.
Minha resposta foi evaziva, eu disse que nem sabia se queria crescer.
Sutilmente, ele disse que eu já sou gente grande.
E aí fez tudo sentido. Um triste sentido, mas fez.

As mudanças, minha impaciência, minha irritabilidade...
Meus choros, minhas crises todas, sejam com ou sem nomenclatura específica...
Tudo faz parte da mudança de hábito... E parece tão simples, não é?
Mas não. Crescer, apesar de um empreendimento bárbaro, já dizia Capitain Hook no clássico Peter Pan, é cheio aborrecimentos e espinhas.

E esse meu amigo, ainda me atentou para mais um pequeno detalhe: Só crescemos quando temos capacidade pra tal. E se nos negarmos a crescer, quebramos o ciclo da vida; o ciclo de uma provavel evolução humana. Mesmo que haja aqueles que apenas fingem crescer, que driblam o amadurecimento...

Cheguei a conclusão de que crescer podia não ter efeitos colaterais.
Isso, só porque esse mundo de gente grande não me apetece mais. Nada tem a ver com a síndrome de Wendy que eu projetei em mim, durante esses anos todos, fazendo crescer partes aleatórias de mim, por puro divertimento ou opção...
Mas bem me lembrou ele que, as que fingem crescer não são lá muito normais.
Há algo de muito estranho nelas... e que se não tivesse efeitos colaterais crescer, nada valeria apena, não teria graça, não seria mérito crescer.

Entendi, então, porque não ligar tanto para os outros quanto a fazerem a parte deles.
O importante é que eu faça a minha, porque mesmo que sejam complementares, não são interdependentes.

"As coisas são simples, as humanidades que complicam... "
Eu já escrevi, e agora, nem falta mais quem me entenda.
Obrigada.








Tive um record de público na última semana.

Um post, dois comentários relevantes e algumas visitas motivadoras!

-Bom sinal ! Muito Obrigada.

1 de julho de 2007

Neuralizando-se.


Eu saio na rua, e me vejo no lugar das pessoas.
Da mães que ensinam seus filhos com delicadeza, das namoradas que recebem agrados dos namorados, da velhinhas que conversam no metrô sobre como cozinhar bacalhau sem deixa-lo salgado demais, dos cachorros que parecem sempre esperar carinho, naquela independência falsa.
Eu ando pelo mundo prestando atenção em coisas que eu não sei o nome...
Gestos, olhares, abraços... De repente, tudo ficou estranho, entende?!

Eu queria tudo mais próximo, tudo mais simples, mais calmo. E tudo é um turbilhão, onde o tempo corre e não pensa duas vezes em fazer do importante, trivial.

Achei que fosse explodir ontem.
Que não fosse mais conseguir parar de chorar. Que as pessoas sentiriam medo o meu rosto inchado, e da minha idiotice aparente dos dias ruins.
Mas, como sempre, amigos resolveram minhas nêuras, meus medos. Me salvaram dos abismos que eu mesma acabo cavando.
E é por isso que eu digo, que sorrir ao lado deles é sempre o melhor remédio. Que não importa o quão distante seja: eu levaria dias pra chegar e passar só um minuto, se preciso fosse.
Pra mim, não há distante quando a recompensa é estar perto.

O difícil é não ter forças... Nem pra isso.

Está tudo muito vazio, aqui dentro.

“A gente supera tudo nessa vida...“
Mas há coisas que eu não sei se são superáveis. E prefiro até que não sejam. Assim como prefiro ter seres insubstituíveis ao meu redor, e me sentir insubstituível, um minuto que seja.
Porque saber que tudo é efêmero nessa vida, é muito triste.
Que tudo torna-se trivial num piscar de olhos, e que as coisa simplesmente fluem sem a devida importância.

Dizer que está tudo bem, nem sempre significa que tudo está bem, de fato.
É o senso que só cabe a quem se importa.
É o importante, que quase sempre passa despercebido....

Anda faltando empatia por aí.