Sobre desligar botões.

Hoje disseram-me que a conquistar metas é a manutenção da vida.
Fiquei pensativa por 2 ou 3 segundos, e uma vida passou pela minha mente. Vida esta ou aquela, que talvez eu ainda não tenha vivido, ou que pretendo viver, quem sabe.

Pensei nos fantasmas que me atormentam ultimamente.
Pensei nos momentos bons que tenho vivido, descoberto, aprendido.
Pensei nas pessoas que amo, e que aprendo a amar a cada dia.
Pensei no medo que tenho de fazer, falar, sentir e ver.
E só o que descobri é que a cada dia que passa, eu envelheço para uma inércia, sem saber ao certo o que realmente fazer.

Quando metas são traçadas, a lógica é saber transformar, lapidar, moldar o destino, pelas atitudes, pelas braçadas ou pelos sorrisos, e chegar até lá. Quando liga-se o botãozinho da inércia, apenas o que interessa é o presente, e com uma dosagem de consequências pequenininhas, irrelevantes, que você não tarda aprender a administrar... Mas é mais que isto.
Achei meu botãozinho há 2 meses atrás.
Desliguei meu ouvido para o que não me convém, e passei a prestar atenção no que é bom pra mim - E de maneira egoísta, foi que eu vi que é bom demais viver pra alguém.

Ainda vou demorar pra aprender como se faz, eu sei.
Mas a manutenção que eu tiver de fazer, será feita. E pra isso, uma hora terei de sair dessa inércia gostosa que me leva, como a correnteza de um riacho qualquer, de água bem limpinha, sereno...
À cada manhã, eu postergo, e me convido a gostar mais de viver assim...
Se não for certo, acabará. Só no fim.


[...metade de mim/agora é assim/de um lado a poesia, o verbo, a saudade/do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim/e o fim é belo, incerto... /depende de como você vê/o novo, o credo, a fé que você deposita em você e só/Só enquanto eu respirar/Vou me lembrar de você...]