Há momentos na vida em que, por mais que se perca, nunca se perde o suficiente, sempre há algo que poderia ser pior, e não duvide - assim será.
Seja pela Lei de Murphy, pelo destino, inferno astral, macumbaria, forças negativas, ar carregado, ou qualquer coisa que possa justificar; é fato, coisas ruins acontecem.
E no meu caso, trata-se de uma cadeia de coisas ruins acontecendo.
São perdas em cadeia, veja bem... Eu perco amigos, perco laços, perco sentido, perco a paciência, perco a esperança.
Ganho lágrimas, crises e mais crises de choro, pensamentos absortos e abstratos, e muito, muito ruins. Ganho apoio, ainda que não pareça suficiente. Ganho uma noite com amiga, brigadeiro e Sex and The City. Ganho fé e força, palavras de carinho, pedidos pra ficar por perto...
E ainda assim, nada muda. Tudo continua me decepcionando, me puxando pra baixo e testando minha resistência. Sinto em dizer, mas ela está se esgotando.
Ainda acredito que milagres aconteçam.
Preciso acreditar que minha vida, em si, já é, por si só um milagre. E continuo levantando todos os dias, e passo a ver o mundo com olhos novos à cada manhã, pra não me deixar abater, pra não continuar deitada e abdicar da vida que eu escolhi e construi pra mim.
Estou em frangalhos, mas como riram de mim essa semana, o mundo não pára pra que eu possa descer, não é? O jeito é me segurar, enquanto ele roda, e coloca minha vida no eixo, no lugar.
Me disseram que eu não posso me esquecer de sorrir.
Disseram que meu sorriso é além do que eu consiga imaginar, tanto pra mim, quanto para os outros.
Me fizeram acreditar que sem ele, não eu existo. E é por ele que eu tenho que lutar.
