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10 de novembro de 2010

Aconselhar sobre conselhos

O fato é que ninguém sabe mais das minhas deficiências do que eu mesma, ainda que fuja ou me esconda delas em tempo integral, para minha vergonha absoluta e latente fraqueza.


Os queridos se aproximam e tentam ajudar com o que quer que seja, seja com uma piada sem noção, seja com uma bronca pra me trazer a realidade. Minha vergonha me impulsiona pro fundo do poço, todo o tempo, o tempo todo.

Tenho vergonha de chorar, tenho vergonha de ter medo, tenho vergonha de causar pena nas pessoas. Tenho vergonha de mim mesma, por não conseguir me enfrentar. Tenho medo de ser fracassada, e não só de parecer uma certas horas.

Os conselhos são muito bem vindos.

Já tentei esconder por tempo demais o que eu tenho, e isso de não contar para os outros que tenho deficiências, limitações, doenças... Só me faz afastar dos que me procuram, e me esconder é o mesmo que dizer à estes que não me importa sua atenção dispensada à mim. Não é verdade. Minha pior situação pra encarar é o fato de não ser perfeita, de errar constantemente, de ser inerte, de ser omissa ao que realmente é relevante, pra mim e pra você.

Estar de frente pra parte escura do espelho que é meu, me causa sentidos inexplicáveis.

Minha avó diz que se conselhos fossem bons, a gente os vendia, ao invés de oferecer às pessoas queridas. Pra mim, conselhos são uma forma carinhosa de mostrar preocupação, atenção, compreensão, cuidado. E ouvir de quem está do lado de fora do furor que está se passando do lado de cá, faz com que novos horizontes se acendam, e novos ângulos sejam sugestões proveitosas de como resolver os problemas que te afligem.

Lidar com meus defeitos e com os vícios de comportamento que eu apresento, são a parte mais triste de conviver comigo mesma. É onde me pego de calças curtas, onde me vejo ser indefesa, onde acredito morar monstros, daquele tipo capaz de fazer de mim, a pior e mais horrenda pessoa do mundo.

Simplesmente não sei como nortear meus caminhos, ou como mudar de atitude; pareço não conseguir pensar sozinha, ou tenho medo o bastante dos meus pensamentos pra não querer colocá-los em prática. E o fato de o mundo todo lidar bem com o que me aflige, me faz acreditar que só sobrou o fundo do poço pra pessoas deficientes como eu. O “todo mundo” que consegue, é muita gente, é muito grande, e eu me sinto migalha perto deles...

Tá doendo e demorando demais pra me tornar borboleta.
Mas eu vou conseguir, me abrir e sair voando. Ah, se vou...

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